quarta-feira, 8 de abril de 2015

MANOEL DE OLIVEIRA



1908-2015
Manoel de Oliveira


"Todos sabemos que vamos morrer. É a única certeza que temos. Não tenho medo da morte, tenho medo do sofrimento. É na vida que se encontram todas as maldades do mundo. A morte é o descanso".


-Manoel de Oliveira                     
Foi o homem mais marcante na história do cinema português, realizou 32 longas-metragens e sete dezenas de filmes que é suprema impressionante com sua idade.
Foi o realizador com mais idade, 106 anos a ter realizado filmes até aos 105. Fez por si só, um caso único na história do cinema e foi um símbolo marcante no cinema português, revelou-se uma marca impressionante que era imune às modas e às tendências estéticas e políticas, pois não há nada igual a Manoel de Oliveira.
Realizou o primeiro filme quando tinha 23 anos, com uma câmara oferecida pelo pai. É uma curta-metragem documental sobre a vida nas margens do rio Douro daí o nome: ”Douro Faina Fluvial”. Foi a partir daí que revelou a paixão pelo cinema.


“Oliveira é um cineasta demasiado grande para um país tão pequeno” – João César Monteiro
O último filme a ser realizado foi “O Velho do Restelo”, que é uma curta-metragem estreada no final de 2014 e entre o primeiro filme e este, passaram 83 anos e Oliveira referia que a sua longevidade era simples acaso do destino e admiramo-lo porque não houve “stop” para a sua paixão, a sua vontade de continuar a filmar, a sua criatividade nem para sua energia. Todos os filmes respiram e revelam invenção, risco e sentido de propósito.

“Penso que sou mais admirado pela minha idade do que pelos meus filmes”.-Manoel de Oliveira
A destacar das duas das suas longas-metragens foram: “Singularidades de uma Rapariga Loira” e “ O Gebo e a Sombras” que são filmes magníficos e revelam a beleza e a “juventude”.
Infelizmente, muitos dos seus filmes não foram sucessos mas, mesmo assim, nunca deixou de ser um “pai” para a evolução da Sétima Arte.
Quando faleceu, deixou o seu legado, os seus ensinamentos, os seus princípios e a sua força no Mundo e marcando os portugueses pelo seu nome.
Claro que nós todos morremos e tendo falecido com 106 anos, já sentíamos como garantido, que ele seria um Cineasta Eterno dada a sua longevidade desde que ele avançou para os cem anos.
É um inspiração para todos nós, especialmente para os portugueses que se sentiram mais marcados pela sua força, que foi um exemplo motivador tendo falecido ainda com projetos inacabados, infelizmente.


“Parar é morrer e isto é aplicável hoje. O pior de tudo é parar, quer dizer, não se fazerem coisas, não se fazer nada, ficar com medo, retrair-se”.
“O verdadeiro criador é inquieto. Inquietação é vida”.
“Vivemos um  presente suspenso da realidade”.
“Eu só descanso enquanto estou a realizar um filme, são os momentos do meu descanso. Fora disso é um problema”.
“Há sempre tempo para tudo”.
“O cinema dá-nos a possibilidade de, a partir da câmara, repor a vida além da morte e simular a ressurreição, inclusive a dos grandes heróis da literatura”.
“Ninguém nasceu por vontade própria. Fomos colocados cá por vontade do Criador, Aquele a quem chamamos Deus. Somos criaturas limitadas e, de certo modo, indefesas. Só sabemos que quando nascemos iremos morrer”.
 “Se há uma coisa que nos torna pacíficos, para o bem e para o mal, é a morte”.
“Ser simples quer também dizer ser claro, e ser claro é trazer á superfície o que é mais profundo”.
"O cinema é o meu destino".
“O cinema é um fantasma da vida que não nos deixa senão uma coisa sensível, concreta: as emoções".
“O sofrimento é uma coisa terrível. Eu não tenho medo da morte, mas temo o sofrimento”.
“A arte é especial. Há uma só lei: o tempo. O tempo é o grande juiz, é o grande juiz de tudo”.

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