1908-2015
Manoel de Oliveira
"Todos sabemos que
vamos morrer. É a única certeza que temos. Não tenho medo da morte, tenho medo
do sofrimento. É na vida que se encontram todas as maldades do mundo. A morte é
o descanso".
-Manoel de Oliveira
Foi o homem
mais marcante na história do cinema português, realizou 32 longas-metragens e
sete dezenas de filmes que é suprema impressionante com sua idade.
Foi o
realizador com mais idade, 106 anos a ter realizado filmes até aos 105. Fez por
si só, um caso único na história do cinema e foi um símbolo marcante no cinema
português, revelou-se uma marca impressionante que era imune às modas e às
tendências estéticas e políticas, pois não há nada igual a Manoel de Oliveira.
Realizou o
primeiro filme quando tinha 23 anos, com uma câmara oferecida pelo pai. É uma
curta-metragem documental sobre a vida nas margens do rio Douro daí o nome:
”Douro Faina Fluvial”. Foi a partir daí que revelou a paixão pelo cinema.
“Oliveira é um cineasta
demasiado grande para um país tão pequeno” – João César Monteiro
O último
filme a ser realizado foi “O Velho do Restelo”, que é uma curta-metragem
estreada no final de 2014 e entre o primeiro filme e este, passaram 83 anos e
Oliveira referia que a sua longevidade era simples acaso do destino e admiramo-lo
porque não houve “stop” para a sua paixão, a sua vontade de continuar a filmar,
a sua criatividade nem para sua energia. Todos os filmes respiram e revelam
invenção, risco e sentido de propósito.
“Penso que sou mais
admirado pela minha idade do que pelos meus filmes”.-Manoel de Oliveira
A destacar
das duas das suas longas-metragens foram: “Singularidades de uma Rapariga Loira”
e “ O Gebo e a Sombras” que são filmes magníficos e revelam a beleza e a
“juventude”.
Infelizmente,
muitos dos seus filmes não foram sucessos mas, mesmo assim, nunca deixou de ser
um “pai” para a evolução da Sétima Arte.
Quando
faleceu, deixou o seu legado, os seus ensinamentos, os seus princípios e a sua
força no Mundo e marcando os portugueses pelo seu nome.
Claro que
nós todos morremos e tendo falecido com 106 anos, já sentíamos como garantido,
que ele seria um Cineasta Eterno dada a sua longevidade desde que ele avançou
para os cem anos.
É um
inspiração para todos nós, especialmente para os portugueses que se sentiram
mais marcados pela sua força, que foi um exemplo motivador tendo falecido ainda
com projetos inacabados, infelizmente.
“Parar é morrer e isto
é aplicável hoje. O pior de tudo é parar, quer dizer, não se fazerem coisas,
não se fazer nada, ficar com medo, retrair-se”.
“O verdadeiro criador é
inquieto. Inquietação é vida”.
“Vivemos um
presente suspenso da realidade”.
“Eu só descanso
enquanto estou a realizar um filme, são os momentos do meu descanso. Fora disso
é um problema”.
“Há sempre tempo para
tudo”.
“O cinema dá-nos a
possibilidade de, a partir da câmara, repor a vida além da morte e simular a
ressurreição, inclusive a dos grandes heróis da literatura”.
“Ninguém nasceu por
vontade própria. Fomos colocados cá por vontade do Criador, Aquele a quem
chamamos Deus. Somos criaturas limitadas e, de certo modo, indefesas. Só
sabemos que quando nascemos iremos morrer”.
“Se há uma coisa
que nos torna pacíficos, para o bem e para o mal, é a morte”.
“Ser simples quer também
dizer ser claro, e ser claro é trazer á superfície o que é mais profundo”.
"O cinema é o meu
destino".
“O cinema é um fantasma
da vida que não nos deixa senão uma coisa sensível, concreta: as emoções".
“O sofrimento é uma
coisa terrível. Eu não tenho medo da morte, mas temo o sofrimento”.
“A arte é especial. Há
uma só lei: o tempo. O tempo é o grande juiz, é o grande juiz de tudo”.
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