O livro do bairro será constituído por 4 fascículos, em que cada um
dos quatro primeiros corresponde à identificação de um grupo social
existente no bairro: homossexuais, políticos, moradores e crianças.
Cada fascículo desdobrado corresponde a um A2, e dobrado a um A4. A
suposta capa vai conter um apontamento discreto de um objeto, por
exemplo o canto de um cartaz ou de um guardanapo, de modo a que quem
consulta, possa automaticamente reconhecer o grupo a que o fascículo se
refere.
Cada
um consiste numa composição de várias camadas, feita a partir de
objetos recolhidos no bairro que identificam os respetivos grupos. Logo,
a parte de trás dos fascículos é aquela que se vê na capa e na
contracapa e que é maioritariamente lisa e homogénea. Quando se abre,
tem uma cobertura branca que esconde todas as camadas por baixo.
Funciona então como uma metáfora para a situação do bairro de São Bento:
aparenta ser muito simples e pacato, mas na verdade esconde todo um
lado oculto que não gosta de admitir.
A área branca irá conter textos da nossa autoria e alguns excertos
das Cidades Invisíveis de Italo Calvino. O texto será apresentado em
posições variadas, de modo a tornar a leitura mais orgânica tal como a
natureza do próprio fascículo. No meio de uma superfície branca, surgem
pequenos rasgões que deixam o leitor espreitar para as camadas de
objetos por baixo. Estas aberturas funcionam como uma provocação para
conhecer o bairro a fundo. A própria pessoa pode esgravatar o buraco
para ver mais o que está por baixo.
Cada grupo será identificado com objetos específicos: para os
homossexuais cartazes de festas, para os políticos panfletos, recortes
de jornais e cartazes também, para os moradores recibos, promoções do
supermercado, pacotinhos de açúcar, rótulos de embalagens, guardanapos,
etc, e para as crianças desenhos e fotografias.
As fotografias exibidas em baixo são exemplos da maquete de um fascículo.
PLANO EDITORIAL:
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