Escrevi este texto para manifestar a minha opinião sobre este bairro.
A sua identidade está a perder-se aos poucos e pouco se vê a não ser
alguns vestígios das suas características. Ao andar à volta do bairro,
vemos, que este está a ser vítima das modernices. Sentimos que a sua
identidade se centra na fonte, que permaneceu ao longo do tempo, situada
na Praça das Flores que é uma praça especial, uma praça que tem
resistido às mudanças modernas. A sua identidade mostra a tranquilidade
discreta, porque não é muito apelativa e camufla se perfeitamente
entre o Jardim do Príncipe Real e a Assembleia da República. O que
vemos no bairro? Vemos um poço de desilusão com poucas melhorias. Quanto
mais visitamos este bairro, mais desapontados saímos, pois à primeira
vista, apaixonamos- nos por ele, através da sua praça e agora vemos que
não há muita gente que se aperceba da sua essência.
Por outras palavras, a identidade do bairro passa despercebida, porque
já ninguém a consegue demarcar e a sua notoriedade já não é tão
percetível. Atualmente, não é tarefa fácil fazer sobressair a essência e
o significado daquele Bairro. Ao olhar atentamente, percebemos que está
a deixar de ser um Bairro típico, porque se foi expandindo e começou a
entrar e a fazer parte do conceito de cidade em que por si só, não é
muito significativo. Nada podemos fazer a não ser documentar a sua
existência através de registos e documentar todos os seus vestígios
ainda existentes na realização do filme conjuntamente com o jornal e o
livro, entre outras coisas.
O Bairro de São Bento, para mim, é um dos bairros mais típicos e antigos
de Lisboa e gostaria que os bairristas tivessem, mais vezes, a perceção
do modo de vida da comunidade e a noção de que há muitos bairros que
não têm a sua própria praça nem uma fonte com peixes. As pessoas de fora
veem isso imediatamente, mas as pessoas que lá moram não se apercebem,
muitas vezes, da beleza deste bairro. Acontece com muita frequência não
termos consciência daquilo que nos rodeia, por vermos todos os dias as
mesmas casas, as mesmas ruas, entre outros, nem damos muita atenção no
dia a dia. Por exemplo, eu passo na linha azul até á baixa para ir para a
faculdade e só agora e, muito recentemente, me apercebi da beleza da
Baixa-Chiado. Se eu pudesse, reuniria todos os bairristas e fazia-lhes
perguntas sobre o Bairro e, se pudesse melhorava a vida social de todos
os habitantes da zona e aproveitava aquela zona para realizar festivais
na Praça da Fonte, festas tradicionais que abordassem a identidade
daquele Bairro, entre outros.
Patrícia Quitéria
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