domingo, 7 de dezembro de 2014

Japão a cru



JAPÃO A CRU
Boro: O TECIDO DA VIDA || PURAS FORMAS
Dos Farrapos ao Alumínio || MUDE


Esta exposição expõe e mostra a cultura japonesa. Faz me sentir como se estivesse em terras japonesas ao visitar o primeiro piso do MUDE (Museu do Design e da Moda) e sinto que estou a respirar uma rajada da cultura e tradição japonesa na sua originalidade.

Japão a cru junta duas exposições que são “Boro: O tecido da vida” e “Puras Formas” em simultâneo sobre o design, materiais e técnicas nipónicos tanto como o vestuário como em utensílios de cozinha e mobiliário que representam o design nipónico.
Ao ver as peças que expõem a simplicidade e a técnica que os japoneses utilizavam dando um produto único. Expõem as questões atuais como a preservação dos recursos materiais, o respeito pela natureza, a reutilização ou transformação dos materiais e a duração de vida de cada produto, segundo fonte de MUDE.

É admirável que o respeito que a sociedade japonesa dava aos seus recursos e o objetivo destas exposições era mesmo por consciencializar as pessoas da reciclagem dos recursos.


A exposição “Boro: O Tecido da Vida” (Fabric of Life) consiste num conjunto de 54 peças: quimonos, bolsas, tatamis) feitas e elaboradas através de método “Boro” que significa farrapos, ou seja, que se traduz no processo de juntar as peças gastas através das costuras simples e significa,   cerzir que é coser sem deixar sinal de costura em tecidos diferentes, tingindo, posteriormente, as peças têxteis em índigo que é a substância de cor azul, usada como corante que se obtém através de algumas plantas da China.


O processo de “Boro” é visível nas roupas desta exposição que continham tecidos resistentes e funcionais, que tapavam grande parte da população japonesa.




Esta técnica foi uma técnica corrente, ou seja, de tendência no Japão deste o final do século XX que acabou por se espalhar por todo o Japão.

Há 200 anos atrás, os japoneses não tinham como comprar algodão porque este se destinava a classes mais abastadas e tinham de tecer a partir de plantas como o cânhamo, o rami, a amoreira de papel, glicínia e urtiga que eram uma junção de tecidos já danificados e feitas por método de boro.


 Portanto, os camponeses compravam retalhos e roupas usadas transformavam-nas em peças únicas japonesas a fim de obter têxteis mais resistentes e estas peças mostram e expõem o estilo de vida e ética dos japoneses que propõem uma visão em que algo simples, prático, funcional e necessário pode ser transformada em belo e ser uma fonte de inspiração para muitos designers. 


Naquela época, as técnicas e os tecidos eram úteis e pratica-se ainda hoje em dia, são uma obra de arte por respeitar a reciclagem de tecidos já usados.
A maravilha da exposição é juntar a maravilhosa beleza com a utilidade da prática através das peças que nos levam a um Japão ligado á Natureza.



A exposição “Puras Formas”(Naked Shapes) agrupa 200 peças de alumínio únicas, que são belas e simples, destinadas à cozinha como eletrodomésticos e mobiliário e brinquedos, também em alumínio, fabricados no Japão entre 1910 e 1960. O alumínio foi considerado o material moderno que permitia criar muitas coisas atuais por causa da sua durabilidade e facilidade de transformação.


As peças de alumínio que eram úteis naquele tempo e agora fazem parte de design japonês.


A exposição contém desde utensílios de cozinha, mobiliário ou brinquedos, cujo material dominante é o alumínio que foi produzido durante a Guerra Mundial II (todos produzidos por autores anónimos).
Estas duas exposições juntas mostraram que a dedicação e a prática da população japonesa levaram a que hoje em dia certas peças fossem consideradas artísticas.

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