segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A portrait of the artist as a young man

 

James Joyce, Retrato do Artista quando Jovem

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Foi o primeiro romance do escritor irlandês James Joyce, publicado em 1916.
“Retrato do artista quando jovem” não é só uma obra autobiográfica, mas  representa muito mais do que isto, narra e relata a viagem ou a trajetória de “um homem em busca do pleno conhecimento de si mesmo”.

Em “Retrato do artista quando jovem”, Joyce estabeleceu pela primeira vez o simbolismo que se centrou nas suas obras posteriores, mas “Retrato do artista quando jovem” é uma obra fechada em si mesma que expõe todos os componentes dos grandes romances e contém todos os elementos que fizeram da ficção de James Joyce um marco da literatura contemporânea.
Conta as experiências de infância, adolescência e juventude de Stephen Dedalus, alter-ego do autor, ou seja, a difícil passagem da adolescência à maturidade, a busca do sentido da vida e da arte, a emergência do indivíduo frente à sociedade. A parte mais interessante do livro é mostrar este crescimento através da evolução na linguagem do personagem, que no começo é mais simples e vai ganhando complexidade conforme ele vai crescendo. 

No decorrer da obra a prosa evolui estilisticamente, conforme o próprio Stephen que começou a narrar de maneira mais sofisticada e evoluída.
   
                                       

 O Retrato do Artista é um romance de formação, tipo de romance em que é exposto de forma pormenorizada o processo de desenvolvimento físico, moral, psicológico, estético, social ou político de uma personagem, geralmente passando por fases da sua vida (infância, adolescência, adulta, maturidade).



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Na sua trajetória, a protagonista enfrenta os conflitos internos, especialmente  das ideias religiosas e filosóficas e também a reflexão sobre o próprio papel da arte.

Ao realizar, Stephen Dedalus conquistou um retrato do artista que Joyce se tornaria, com a revolução do romance no século XX.
O livro terminou com a recriação de seus ritos de passagem para a idade adulta, que acabou por deixar para trás a família, os amigos e a Irlanda e ir viver no continente.

  De um modo geral  são retratados temas complexos, como a separação da família ainda criança para viver num colégio interno, a convivência com colegas e padres, a perceção das diferenças sociais e da instabilidade econômica da sua família.
Em uma boa parte do livro o autor expõe seu ponto de vista sobre os dogmas da igreja católica,  visto que ele foi convidado a entrar para o sacerdócio, a descoberta do sexo e da noção de culpa e pecado, as limitações da vida na Irlanda e suas teorias sobre estética.

Por fim, ao ler o livro transportou me para as minhas recordações, que são semelhantes às dele, como por exemplo “ a pequena canção que o gás fazia”, “e quando apertava os pavilhões das orelhas o estardalhaço que se fechava como um trem entrando num túnel”, “ puxa  a cara para cima, assim como que a dizer boa noite e então a mãe abaixava o seu rosto (…) punha os lábios na sua face (…) faziam um barulhinho diminuto: bift!”, “o barulho que faziam os meninos comendo no refeitório (…)” e por fim, “ período letivo, férias: túnel, fora, barulho, silêncio”.

Intrigou me, ao ler numa parte da história que, narrando a infância, afirma o dia da nossa primeira comunhão é o dia mais feliz da nossa vida pelos vistos, o fato dito curiosamente no livro em que um grupo de generais perguntava a Napoleão qual fora o dia mais feliz da vida dele e era suposto que ele respondesse que seria o dia em que tinha ganho alguma grande batalha ou o dia em que ele se tornou Imperador mas ele respondeu:

“-Cavalheiros, o dia mais feliz da minha vida foi aquele em que fiz a minha primeira santa comunhão.”

Uma coisa que me deixou ainda mais intrigada foi, quando o pai de Stephen colocou a questão para reflexão o que seria dos padres se não fossem  padres, o pai referiu que seriam sábios, pessoas inteligentes, mas era difícil de imaginá-los neste ponto.
Chocou e comoveu me quando li uma experiência torturante e vivida durante a infância quando levou as palmatórias injustamente sem motivos e o Stephen sublinhou que esta experiência fora  horrível.
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Apreciei muito com este livro, porque me permitiu aceitar uma perspetiva diferente e ainda  conhecer a vida dele, as suas experiências  e acho muito importante que ele as tenha partilhado com todos nós.
Soube que a personagem Stephen Dedalus aparece novamente noutra obra de James Joyce, o grande romance" Ulisses".



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