As crianças fazem parte da alma do bairro e essa parte é a pura
inocência e a mais divertida, porque têm o poder de olhar e captar a essência
do Bairro.
As crianças são inocentes porque são verdadeiras, ou seja,
dizem sempre a verdade seja em que circunstância for e sem receios.
São expressivas e são o espelho da alma do bairro pela razão
já referida anteriormente.
Segundo as entrevistas feitas, as crianças consideram o
bairro como um lugar lindo para brincar como a Praça das Flores e a Junta de
Freguesia das Mercês, que é um espaço que organiza as atividades lúdicas, educativas
e interessantes para as crianças, tais como: expressão plástica, atividades
desportivas e apoio escolar ao estudo.
Estas crianças e jovens pensam que o bairro foi criado para
eles próprios, porque ali nasceram e querem brincar na praça, comer gelado,
procurar os peixes, interagir com outras crianças, e jogar vários jogos, entre
outros.
“Somos o que somos e somos como somos, porque nascemos aqui”
e o local onde nascemos diz muito de nós, faz parte da identidade própria.
Porque o local onde nascemos, é o nosso lar e é o refúgio das nossas vivências
e das nossas memórias.
Pois cada um de nós constrói a sua identidade a partir do
seu ambiente e é isso que nos torna seres vivos inseridos num ambiente
cultural, aquele em que nascemos e evoluirmos ou nos desenvolvemos.
De forma consciente, interrogamo-nos sobre a nossa
identidade pessoal ou seja, responder à pergunta “Quem sou eu?” e percebemos
que são os valores e os comportamentos das pessoas que nos rodeiam e que
conhecemos de perto que influenciam as nossas ações e ideias.
“A criança
portuguesa é excessivamente viva, inteligente e imaginativa. Em geral, nós
outros, os Portugueses, só começamos a ser idiotas - quando chegamos à idade da
razão. Em pequenos temos todos uma pontinha de génio. “-Cartas de Inglaterra, Eça de Queirós
“As crianças não têm
passado, nem futuro, e coisa que nunca nos acontece, gozam o presente.”
- Jean de La Bruyére
- Jean de La Bruyére
As crianças veem muita coisa do Bairro que nós não vemos e
julgo que as crianças não nos revelam muito o que veem porque nós adultos temos
a idade de pensar mais através da razão e, não tanto com o coração. Elas
consideram que a identidade do bairro faz parte da sua infância.
A pergunta que lhes foi colocada, em primeiro lugar foi: “
Qual é a coisa mais importante para vocês do Bairro?” e todos responderam “Nós”.